Somos mamíferos. Entre outras coisas, isso quer dizer que bebemos o leite de nossas mães quando filhotes. Humanos, gatos, cachorros, elefantes, baleias, vacas…Todos nós tomamos esse líquido riquíssimo em nutrientes em nossa fase de crescimento e desenvolvimento.
Mas então, por que somos os únicos que continuam tomando leite – e leite de outras espécies! – quando adultos? Isso é bom ou é ruim?
O que é o leite?
Mas antes de responder essa pergunta… o que, no fim das contas, é o leite? O leite é uma substância produzida pelas fêmeas de todos os mamíferos, composta por quase 90% de água, sendo os outros 10% gorduras, proteínas, carboidratos e diversas vitaminas e minerais como Cálcio, e Vitamina D, Riboflavina (B2), Vitamina B12, Potássio, Fósforo… Ufa!
Todas essas substâncias são essenciais para um desenvolvimento saudável do filhote humano, por isso, a Organização Mundial da Saúde recomenda que nossos filhotes tomem somente leite materno até pelo menos os 6 meses de idade e também acredita que os 2 anos poderiam ser uma boa idade para o desmame!
O leite faz parte da história das nossas vidas, mas também faz parte da história da humanidade. Começamos a consumir leite como adultos a partir da Revolução Agrícola, há mais ou menos 12 mil anos atrás – quando animais e plantas foram domesticados… e apenas na década de 30, nos Estados Unidos, foram inventadas as caixinhas que compramos hoje no supermercado!
Mas ok, chega de história… vamos ao que interessa!
Que tipo de leite tomar?
Integral, Desnatado, Semidesnatado, Sem Lactose, de Soja – soja dá leite?! Vamos no supermercado e existem muitas opções, mas qual é a diferença? Os leites integrais, semidesnatados e desnatados variam principalmente na quantidade de gordura, mas também em outros nutrientes.
O integral tem pelo menos 3% de gordura, o semidesnatado tem no máximo 2,9% de gordura e o desnatado tem no máximo 0,5% de gordura. Segundo pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o leite integral é o mais recomendado para crianças a partir dos 2 anos de idade e para adolescentes – por estarem em fase de crescimento e desenvolvimento.
Já para adultos, recomendam que se tome leite desnatado ou semidesnatado, já que a gordura no leite integral pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares. Para quem está na terceira idade, a preferência deve ser pelo leite desnatado.
Claro, isso pode variar dependendo do objetivo de cada pessoa… para quem está querendo emagrecer o leite desnatado pode ser o mais recomendado, já que tem em torno da metade das calorias do leite integral!
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Mas tomar leite desnatado exige atenção, já que as vitaminas A e D estão presentes na gordura do leite, logo, não estão presentes
no leite desnatado! Entre esses tipos de leite – mesmo com a pasteurização – a quantidade de proteínas é alta e praticamente a mesma! O que é muito interessante para quem quer ganhar massa muscular!
As proteínas do leite são basicamente de dois grupos: Caseína e Whey Protein – ou proteína do soro do leite, em português. 80% das proteínas do leite são Caseína e os outros 20%, Whey. Provavelmente a proteína do soro do leite é a mais conhecida, sendo muito utilizada em suplementos proteicos.
Segundo pesquisadores da Universidade de Perth, na Austrália, essas proteínas são uma excelente fonte de aminoácidos essenciais – que nosso organismo não produz e precisamos ingerir pela alimentação; como leucina, isoleucina e valina.
Eles também provaram que o consumo dessas proteínas reduz a pressão arterial, e pesquisadores do Nutrition and Food Research Institute de Zeist, nos Países Baixos, descobriram que elas podem até reduzir o nosso estresse!
Já pesquisadores da Universidade de Glasgow, no Reino Unido, comprovaram que a Caseína aumenta a absorção de importantes minerais como cálcio e fósforo! Lembrando que é sempre importante cuidar com excessos! O ideal é consultar uma médica ou nutricionista e observar a recomendação do seu suplemento.
Essas proteínas podem sobrecarregar os rins, trazendo mais problemas do que vantagens quando usados excessivamente! E você tem alergia ao leite ou intolerância à lactose? É vegano? Ou simplesmente não bebe leite por opção? Existem muitas leites vegetais.
Pode parecer estranho, mas eles são mais comuns do que você imagina. Tenho certeza que você já viu leite de soja no supermercado.
Os leites vegetais são feitos também com outros grãos e oleaginosas além da soja – que na maioria das vezes transgênica, por sinal – como nozes, amendoim e castanhas…
O leite vegetal vai ter as características nutricionais daquilo que for usado para fazê-lo! Um copo de leite de amendoim, por exemplo, contém em torno de 150 calorias, gorduras saudáveis que reduzem o colesterol “ruim” e aumentam o “bom”, fibras e quantidade semelhante de proteína ao leite animal!
Já para quem quer emagrecer, uma boa pedida pode ser o leite de aveia, que contém uma quantidade baixa de calorias mas é rico em vitaminas e minerais como Vitamina B1, Vitamina B2, Cálcio, Ferro, Magnésio e Fósforo! Isso não quer dizer que sejam substitutos iguais ao leite de vaca, mas são boas alternativas e em forma de batidas com frutas ou granola se tornam ainda mais nutritivos!
Intolerância à lactose
E já que falamos em intolerância à lactose…o que realmente é isso?! O leite contém um açúcar que se chama lactose e que acaba sendo o responsável pela… intolerância à lactose!
Segundo estudo da Universidade de Harvard, a maioria dos adultos tem algum grau de intolerância à lactose. Esses pesquisadores também explicam que a principal causa é genética: se você tiver origem norte-europeia, as suas chances de ser intolerante variam entre 0-15%, se for asiática podem ser acima de 90%!
O Brasil é um país miscigenado, por isso nós brasileiros ficamos entre 30 e 80%! É bastante, não acham? Então, como é que isso funciona?! A enzima lactase está no intestino delgado e é responsável pela digestão da lactose do leite – e de outros produtos como queijos, manteiga e iogurte.
A partir dos 2 anos de idade nosso corpo diminui a produção da lactase – chegando a ficar com apenas entre 5 e 10% do nível de quando nascemos! E é a falta de lactase que deixa nosso corpo intolerante à lactose.
Isso pode causar diversos sintomas como: sentimento de inchaço na barriga, flatulências, dor abdominal, diarreia… Você já identificou algum desses em você? Vale a pena prestar atenção e consultar seu médico.
Queijos, iogurtes, manteiga e outros derivados contém muito menos lactose e podem ser consumidos por mais pessoas! Claro… também não são milagrosos! Algumas pessoas vão continuar com problemas mesmo que cortem o leite…nesse caso, sempre é bom procurar orientação, porque cada caso é um caso!
Também existem outras alternativas: como ingerir lactase através de comprimidos quando for comer algum laticínio ou tomar leites sem lactose! Tudo muito bom, tudo muito bem, mas afinal de contas, tomar leite faz bem ou faz mal?
Você já deve estar imaginando, né? Nesse assunto não existe resposta simples. Caso sinta que tenha intolerância à lactose, a dica é consultar um médico ou nutricionista e, nesse meio tempo, evitar o consumo de leite. Caso não tenha nenhum sintoma negativo, a recomendação da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de Harvard é que se tome, no máximo, entre 1 e 2 copos de leite por dia!
Lembrando sempre que na prática isso varia de pessoa pra pessoa e que existem diversas evidências científicas de que é um alimento riquíssimo em nutrientes como vimos anteriormente e desde que não se exagere na dose, provavelmente ele vai fazer bem!
Todo dia pela manhã ou no lanche da tarde você fica com aquele “bigodinho de leite”? Então deixa aí nos comentários seu jeito e hora favoritos pra tomar uma bebida.